Pesquisa da Funda\u00e7\u00e3o Ita\u00fa Social e do Instituto DataFolha ouviu cerca de 2 mil brasileiros; sensa\u00e7\u00e3o de bem estar, de utilidade e gratifica\u00e7\u00e3o pessoal s\u00e3o principais motiva\u00e7\u00f5es apontadas por quem \u00e9 volunt\u00e1rio<\/p>\n

Uma pesquisa da Funda\u00e7\u00e3o Ita\u00fa Social, realizada pelo Instituto DataFolha, revelou que tr\u00eas em cada dez brasileiros j\u00e1 realizaram a\u00e7\u00f5es volunt\u00e1rias. O estudo, divulgado essa semana, ouviu 2.024 brasileiros, em 135 munic\u00edpios, entre os dias 9 e 12 de setembro deste ano. A amostra representa todas as regi\u00f5es do pa\u00eds. Segundo a pesquisa, 28% dos brasileiros declararam j\u00e1 haver participado de trabalhos volunt\u00e1rios, sendo que 11% continuam atuando voluntariamente. A falta de tempo foi o principal argumento para 40% dos 72% que nunca atuaram voluntariamente, e para os 42% que deixaram de praticar o voluntariado. Os entrevistados tamb\u00e9m apontam outras raz\u00f5es para justificar o distanciamento do tema: nunca foram convidados a participar de uma a\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria (29%), nunca pensaram nessa possibilidade (18%) e n\u00e3o sabem onde obter informa\u00e7\u00f5es a respeito desse tema (12%).<\/p>\n

De acordo com o vice-presidente da Funda\u00e7\u00e3o Ita\u00fa Social, Antonio Matias, a pesquisa mostra que h\u00e1 grande potencial para a expans\u00e3o do voluntariado no pa\u00eds. \u201cCom est\u00edmulo e disponibiliza\u00e7\u00e3o de informa\u00e7\u00f5es, \u00e9 poss\u00edvel ampliar consideravelmente o engajamento dos brasileiros\u201d, avaliou o executivo. Segundo Matias, as empresas t\u00eam um papel importante neste processo. \u201cDesde 2003, mantemos o programa Volunt\u00e1rios Ita\u00fa Unibanco com a perspectiva de estimular os colaboradores do banco a contribuir, por meio de sua atua\u00e7\u00e3o junto a causas sociais, com a supera\u00e7\u00e3o de desigualdades e com o desenvolvimento do pa\u00eds. Hoje contabilizamos mais de 10 mil colaboradores em nossa rede de a\u00e7\u00f5es sociais\u201d, disse.
\nTerreno para avan\u00e7ar, n\u00e3o falta. A pesquisa identificou que 58% dos brasileiros se dizem um pouco ou muito dispostos a realizar atividades volunt\u00e1rias. Al\u00e9m disso, apesar de 79% da popula\u00e7\u00e3o apresentar grande disposi\u00e7\u00e3o para realizar doa\u00e7\u00f5es, sete em cada dez brasileiros afirmam que doar dinheiro ou coisas n\u00e3o substitui a atividade volunt\u00e1ria.<\/p>\n

Segundo o levantamento, praticamente n\u00e3o h\u00e1 distin\u00e7\u00e3o entre os g\u00eaneros no que diz respeito \u00e0 a\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria: 51% dos que j\u00e1 atuaram s\u00e3o homens e 49% s\u00e3o mulheres. Cerca de metade dos volunt\u00e1rios possuem ensino superior completo e dois em cada cinco pertencem \u00e0s classes econ\u00f4micas A e B. Mais da metade dos que seguem atuando ent\u00e3o entre 35 e 50 anos de idade. Outro dado significativo revelado pela pesquisa \u00e9 que oito em cada dez jovens de 16 a 24 anos nunca se envolveram com voluntariado. \u201cEstrat\u00e9gias de est\u00edmulo \u00e0 participa\u00e7\u00e3o solid\u00e1ria desde o in\u00edcio da vida escolar podem promover um maior engajamento na juventude\u201d, afirmou Matias.
\nA pesquisa tamb\u00e9m investigou as raz\u00f5es que motivam a atua\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria e os benef\u00edcios verificados pelos praticantes. Para o grupo dos que j\u00e1 realizaram alguma atividade, 55% apontaram como principal motiva\u00e7\u00e3o para o engajamento a vontade de ser solid\u00e1rio e 18% o fizeram por incentivo ou influ\u00eancia de pessoas ou institui\u00e7\u00f5es. A sensa\u00e7\u00e3o de bem estar (51%), de sentir-se \u00fatil (40%) e a gratifica\u00e7\u00e3o pessoal (37%) foram apontados como as principais satisfa\u00e7\u00f5es de se praticar atividade volunt\u00e1ria.<\/p>\n

De acordo com o estudo, institui\u00e7\u00f5es religiosas seriam as principais fontes \u00e0s quais os brasileiros recorreriam para obter informa\u00e7\u00f5es para virem a ser volunt\u00e1rios. Em seguida, foram apontados os seguintes meios: internet, associa\u00e7\u00f5es de bairro, amigos e parentes, pessoas que j\u00e1 exercem atividade volunt\u00e1ria e televis\u00e3o. Revistas e \u00f3rg\u00e3os p\u00fablicos seriam os menos procurados.
\nA pesquisa tamb\u00e9m procurou verificar o que motivaria as pessoas, que n\u00e3o tem envolvimento com essa atividade, a se tornarem volunt\u00e1rias. Os resultados mostram que 38% se envolveriam por solidariedade, 12% para realizar atividade volunt\u00e1ria espec\u00edfica, 6% o fariam por satisfa\u00e7\u00e3o pessoal, outros 6% por disponibilidade de tempo e 2% atuariam voluntariamente se fossem incentivados a faz\u00ea-lo ou tivessem companhia para a atividade. Quando indagada sobre uma hipot\u00e9tica e futura atua\u00e7\u00e3o volunt\u00e1ria, a maior parcela da popula\u00e7\u00e3o afirma que desempenharia qualquer atividade (43%), mas tamb\u00e9m relacionada a alguma habilidade que possui (22%) ou \u00e0 sua forma\u00e7\u00e3o\/trabalho (20%). O tipo de atividade que mais gostariam de fazer s\u00e3o a\u00e7\u00f5es relacionadas a sa\u00fade (31%), educa\u00e7\u00e3o (24%), doa\u00e7\u00e3o de sangue (22%), prote\u00e7\u00e3o de animais (22%) e atividades esportivas (20%).<\/p>\n

A percep\u00e7\u00e3o dos brasileiros sobre voluntariado tende a ser positiva. A maioria da popula\u00e7\u00e3o de 16 anos ou mais discorda de que ajudar quem precisa \u00e9 papel do governo e que as pessoas n\u00e3o t\u00eam obriga\u00e7\u00e3o de fazer atividade volunt\u00e1ria (63%). E 77% concordam que amparar as pessoas que precisam de ajuda \u00e9 raz\u00e3o importante para um indiv\u00edduo decidir ser um volunt\u00e1rio.<\/p>\n

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