BISC e GIFE apontam: 3 bilhões de reais investidos pelas empresas no campo social

Empresas e fundações investiram mais de R$ 3 bilhões no campo social em 2016, revela BISC e GIFE

Volume, referente ao ano de 2016, foi calculado em conjunto pela Comunitas e o GIFE, responsáveis pelos mais importantes levantamentos nesta área no Brasil.

Exatamente R$ 3.791.318.863: esse foi o valor investido no campo social pelas empresas, fundações, associações e institutos brasileiros, em 2016. O total foi calculado a partir das últimas edições do BISC (Benchmarking do Investimento Social Corporativo) – pesquisa liderada pela Comunitas voltada para o aprimoramento dos investimentos sociais corporativos brasileiros, em parceria com o Censo GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) – associação dos investidores sociais no Brasil. O montante representa o investimento das 268 empresas e 18 institutos que integram o BISC e as 116 organizações associadas ao GIFE. Para chegar ao resultado, as duas organizações combinaram os dados e trabalharam com uma metodologia especial, voltada a evitar duplicidades

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5 dúvidas sobre investimento social corporativo

Com o investimento social corporativo, as empresas assumem o compromisso e sua parcela de responsabilidade no desenvolvimento social e econômico do Brasil.

#1 Investimento social corporativo é a mesma coisa que caridade?

Não, existe uma fronteira que separa a filantropia e os investimentos sociais privados. Filantropia consiste na prática de ações isoladas, com sentimentos de caridade e altruístas. Nos investimentos sociais privados as aplicações são realizadas de forma planejada, estruturada e, cada vez mais, alinhada aos negócios. Segundo a pesquisa BISC 2017, que celebrou os 10 anos da publicação, é unanimidade entre os executivos sociais de que antigamente a filantropia estava muito presente na atuação da empresa, porém, de lá para cá, ocorreu uma guinada na direção de uma atuação mais estruturada e transformadora, de médio e longo prazos, caracterizando-se como investimentos sociais.

#2 As empresas brasileiras somente investem dinheiro em projetos sociais de vez em quando?

Os investimentos sociais das empresas brasileiras estão consolidados. Ainda de acordo com o BISC, apesar das oscilações econômicas, as empresas mantiveram um padrão de investimentos compatível com os internacionais. A média anual dos valores investidos pelo grupo BISC, no período de 2007-2011, foi de R$ 2,3 bilhões; nos últimos cinco anos essa média subiu para R$ 2,8 bilhões/ano. E mais: o esforço empreendido pelas empresas para preservar os investimentos sociais numa conjuntura adversa se reflete na parcela do lucro líquido destinado aos projetos sociais: em 2016 a mediana dos percentuais foi de 2,13%, um padrão próximo ao observado em 2014.

#3 As empresas só investem socialmente porque ganham isenção fiscal?

Os incentivos fiscais são importantes, porém não constituem a principal fonte de financiamento. De acordo com o BISC 2017, dados confirmam que os investimentos sociais no Brasil são financiados basicamente por recursos próprios. Merece destaque os resultados dos dois últimos anos: os incentivos ficaram um pouco abaixo de 20% do total investido pelo grupo BISC. Em 2016 o valor dos incentivos fiscais utilizados foi da ordem de R$ 458 milhões, o que em valores absolutos corresponde a uma redução de 14% em relação aos valores captados no ano anterior.

#4 É ruim alinhar os investimentos sociais ao negócio da empresa?

As empresas estão percebendo que não. O processo de alinhamento dos investimentos sociais aos negócios vem ocorrendo de forma acelerada nos últimos anos: 75% das empresas declaram ter destinado, em 2016, mais da metade dos seus investimentos para projetos sociais alinhados aos negócios – em 2013 esse percentual era de 50%. A partir da experiência adquirida nos últimos anos, as empresas estão mais otimistas em relação às vantagens que o alinhamento dos investimentos sociais pode trazer. Hoje, a maioria absoluta delas concorda totalmente com a afirmação de que a aproximação com as áreas de negócios amplia, por exemplo, a adesão interna e isso é essencial para o sucesso dos investimentos sociais.

#5 Os investimentos sociais privados não podem estar alinhados às políticas públicas?

Vamos lá: Ainda segundo o último relatório BISC, os benefícios das relações público-privadas no campo social superam as expectativas. Comparando os motivos que mobilizavam as parcerias público-privadas em 2010, com os benefícios percebidos em 2016, observa-se que esse trabalho conjunto superou as expectativas. Atualmente, por exemplo, dois terços das empresas consideram que a aproximação com as políticas públicas amplia a visibilidade dos seus investimentos sociais e melhoram a sua qualidade. Anos atrás, poucas delas apostavam nessas vantagens. Lideranças da iniciativa privada, assumiram o compromisso de gerar impacto sistêmico a partir da qualificação dos investimentos sociais corporativos e da atuação em parcerias com administrações municipais. (Programa Juntos da Comunitas).

http://www.comunitas.org/portal/empresas-e-fundacoes-investiram-mais-de-r-3-bilhoes-no-campo-social-em-2016-revela-bisc-e-gife/    

Além disso, cresceu entre as empresas a percepção de que os programas de voluntariado são muito bem-sucedidos e amadureceu o entendimento de que os colaboradores e as empresas se beneficiam dos programas de voluntariado. Hoje, 100% das empresas consideram que eles contribuem para a melhoria nas relações com as comunidades; em 2012, esse percentual era de 81%. Por outro lado, 100% discorda totalmente da afirmação de que o trabalho voluntário “não traz benefícios para os colaboradores” – esse percentual era de 74%.

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http://www.comunitas.org/portal/bisc-participa-de-encontro-sobre-alinhamento-do-investimento-social-corporativo-e-voluntariado-empresarial/


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